top of page

Todos dormem na Terra das Fadas

Na Terra das fadas nunca se dorme. As fadas são seres mágicos que estão sempre alerta para ajudar o homem com os seus problemas e dilemas, ao longo da sua vida.
 
Catita é uma fadita saltitante e inexperiente, desejosa por se lançar na sua primeira missão com Barnabé Semfé, um menino incapaz de acreditar na magia de gigantes, dragões e poções mágicas.
Ao mesmo tempo, Clarinete - uma fada mais experiente - acompanha Tomás, um menino que cresceu com a magia do circo e tem um sonho: voar no trapézio, sem rede.
E, num outro lugar, mais ou menos distante, encontramos a fada Luzeta, uma das mais ocupadas de todas, pois a vida de Luzia, desde que não tem sido fácil. Em todos os momentos, a fada está junto desta menina, impedindo-a de chorar.
 
Por toda a terra, as fadas trabalham incansavelmente para nos ajudar…até ao momento em que pelos céus irrompe o som de mil trovões e a luz de mil raios e todas as fadas cruzam os braços perante os seus desafios, baixam a cabeça e caem num sono profundo.Todos dormem na Terra das Fadas.
 
A Mãe Terra, criadora das fadas e de todas as coisas da Natureza tem agora de descobrir o que motivou o apagão das fadas e ao fazê-lo descobre uma tragédia bem mais grave que pode comprometer toda a humanidade.
O destino da terra encontra-se nas mãos dos humanos, que deixaram de acreditar na magia das fadas. Poderão estes voltar a acreditar e salvar a terra?

Excerto da história

"Na terra das fadas nunca se dorme. A Terra das Fadas é um lugar sereno, onde reina a paz e a luz é tão brilhante, como se estivesse iluminada por um milhão de pequenas estrelas. O silêncio apenas é cortado por mil campainhas de sonho, que é a forma das fadas comunicarem..."

Coração de Chocolate

Excerto da história

"Valentim estava feliz e entusiasmado, por ter tantos amigos a seu lado. Mas pouco a pouco, as crianças foram perdendo interesse nos jogos e nas brincadeiras que a mãe organizara.

- Vamos brincar à apanhada! – Sugeriu, de repente, uma menina de sardas.

O coração de Valentim, quase se partiu neste momento, não por causa de algum choque ou alguma queda, mas de tristeza.

- Se todos forem brincar à apanhada, às escondidas ou à bola, vou ficar sozinho na minha própria festa. – Pensou o menino, mas sem coragem de dizer nada.

E uma a uma, as crianças acabaram por abandonar os jogos de sala e saíram para o jardim, onde brincadeiras de diversa ordem depressa se multiplicaram.Valentim, como era habitual, ficou só e triste, dentro da sua bolha, apenas a observar.

Chegou, então, a hora de abrir o bolo. As crianças reuniram-se todas em volta da mesa e cantaram os parabéns. Valentim sorriu tristemente e, no final, na altura de soprar as velas, fechou bem forte os olhos e desejou em silêncio:- Quero ser um menino normal… nem se seja apenas um só dia!"

Valentim é um menino que nasceu especial. Ao contrário dos restantes meninos, ele tem um coração de chocolate. Por isso, Valentim tem de viver numa bolha, especialmente concebida para o proteger e nunca soube o que é ser uma criança "normal". Mas não há nada que ele deseje mais na vida, do que poder correr e brincar juntamente com as outras crianças. 

Mas será que se atreve a correr esse risco?! E o que lhe acontecerá se o fizer?!

Uma paixão, uma colher mágica...uma promessa por cumprir. Um roubo que pode comprometer o sonho de uma vida, que pode mudar o futuro de toda uma vila.

Cozinheira de Sonhos

"Entre tachos e panelas, Maria passara a vida a juntar sabores, a provar novas misturas e a corrigir temperos. Pelos livros de culinária que desfolhava fazia viagens gastronómicas alucinantes. Em cada página, uma aventura.

Da infância guardava os aromas que inundavam a cozinha do seu avô, numa pequena e humilde casa, na cidade de Vizela, onde o visitava todos os verões. Um amante das fórmulas mágicas e transformadoras que saem do forno de quem alimenta a arte de cozinhar, um revolucionário do seu tempo, que largara o trabalho estável do banco, para se dedicar a amar: amar cada gesto que fazia, cada prato que confecionava, cada alimento que preparava. Cozinhar nunca fora a sua profissão, fora desde sempre e para sempre a sua paixão. Paixão e emoção que Maria inalara em cada aroma daquela cozinha e que transpirava, até hoje nos pratos que fazia.

Maria nunca aspirara ser uma grande chefe, não imaginara ser famosa mas, de todos os cantos do mundo, vinha gente bater-lhe à porta, para degustar as suas criações. A sua criatividade não tinha limites. Não conhecia ingredientes bons ou maus, receitas melhores ou piores. Com a sua imaginação era capaz de juntar os mais improváveis e escassos ingredientes para criar pratos divinais. Não lhe importava ter uma cozinha bem equipada, a única coisa que não podia nunca faltar era uma colher de pau, velhinha e até um pouco gasta que tinha recebido das mãos do seu avô no dia em que este a deixara. Disse-lhe, num abraço sentido, que aquela colher de pau continha uma magia rara, extraordinária e improvável: tornava num manjar tudo aquilo em que tocava.

Incrédula, guardou Maria a colher, durante semanas e meses até, como relíquia de saudade de alguém a quem tanto amara. Não se atrevia a usá-la, a sujá-la, a gastá-la e, por isso, guardava-a religiosamente numa bela caixinha forrada de seda, em cima de um móvel na sala.

E assim se passaram meses, até que um dia, sem mais nem menos, sem razões nem porquês, Maria abriu a caixa, pegou na colher e começou a utilizá-la. Desde então, magia ou não, nunca mais parou de cozinhar, cada vez mais e a cada prato, melhor. Depois de meses e anos, Maria convenceu-se que a magia era real e que não podia mais cozinhar sem a colher que o avô, com tanta estima, lhe confiara."

 

 

bottom of page